16 de maio de 2012

DESTRUINDO FLORESTAS beneficiando classes





Adriana Teixeira Simoni

O  atual texto do Código Florestal aprovado em 25 de Abril,  após três anos de discussões nada mudou, pois o que tiraram de um lado de  proteção ao nosso planeta,  logo  outro texto, outro parágrafo e descaradamente  mudou na direção dos defensores do agronegócio. Os  ruralistas se mantiveram firmes em defender  os  desmatamentos já feitos bem como os futuros. Um texto que permite interpretações diversas e terrivelmente preocupantes quando a saúde e a sustentabilidade do planeta.

Nesses anos de discussões para decidir a sustentabilidade, decidir o prolongamento e a preservação de nossa existência enquanto seres que necessitam antes de qualquer “tablet” ou celular, de espaço saudável para habitar, de ar puro para respirar, de água para beber... Porém grita um ruralista: - Você precisa comer também, logo a agricultura precisa se expandir. Ora me poupem de tamanha expressão clara de falsa preocupação com a fome da humanidade.

Esse novo Código Florestal além de avançar nas Apps, também obscuramente inverte papeis com anistias absurdas que transforma desmatadores como compassivos da fome no mundo, como se esses distintos fossem salvar a humanidade, quando na verdade estão defendendo sua própria classe ao custo do desequilíbrio ambiental, ao custo de um futuro tenebroso com escassez de água, destruição de rios e  com o crescente e temido aumento da temperatura planetária.

É evidente a insistente defesa do agronegócio nesse processo de renovação do novo Código Florestal, fato que expõe da forma mais bárbara a condição de preservar ganhos com a invasão das Apps e também na ganância de não repor  os danos ocorridos com  as florestas, ajuizando na defesa que o uso da terra há muito vem desequilibrado e mal administrado  aproveitando-se  disso   como aval para a  manter anistia aos desmatares, transformando-os  em coitados e vítimas da má gerência do  uso da terra que ocorreram no passado como se isso fosse o sinal verde para seguir desmatando.

Preocupante quando se percebe que houve 274 votos a favor, 174 contra, demonstrando que  estamos nas mãos de perdulários do planeta, dilapidadores de nosso florestal, pois se passaram anos de discussões e pouco se fez na defesa da vida, o que se percebeu com  essa votação foi apenas a defesa de uma classe numa demonstração de poder  e apadrinhamentos.

Ambientalistas, cientistas e o governo haviam se manifestado a favor da aprovação das mudanças feitas pelo Senado  mantendo o equilíbrio ambiental e produtivo, porém novamente foram todos ignorados e partes importantes do texto foram suprimidas. Percebeu-se que o plenário estava decidido a afundar nossas florestas na ambição pessoal de uma classe implicada com o agronegócio. Tal fato pode complicar a posição do anfitrião na Rio + 20 , pois caso seja aprovado desta  forma  o código Florestal demonstrará que o Brasil não está muito empenhado com o desenvolvimento sustentável.

Não basta sermos donos da maior floresta do mundo, precisamos unir forças para garantir continuarmos sendo os donos da maior floresta conservando-a como o maior patrimônio do mundo. Para tanto aguardemos que a Presidenta Dilma vete por completo esse código florestal lhe garantindo também um desgaste menor nas exposições da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que acontece  no Rio de Janeiro em Junho.

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