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17 de setembro de 2011

LIXO EXTRAORDINÁRIO



Adriana Teixeira Simoni

Já foi feito um documentário com esse título, belíssimo por sinal, que retrata o lixo, os catadores e a possibilidades de transformar lixo em arte.
Fugindo do filme e caindo na nossa dura realidade, esse título nos remete a duas interpretações rapidamente. O extraordinário visto como fantástico, dando ao lixo o valor que ele realmente merece e pode alcançar. E a outra interpretação que o lixo seria extraordinariamente volumoso.
Hoje, nós brasileiros podemos concordar que das duas formas vimos o lixo? Infelizmente não! O lixo produzido no Brasil não tem o aproveitamento devido. Ele ainda é considerado apenas volumoso e as iniciativas para diminuir esse volume estão pífias demais, ou com efetiva despreocupação com o lixo em si.
Cada brasileiro produz em média um pouco mais de 1 kg de lixo por dia, sendo que em São Paulo esse volume  chega 1.2Kg  no Rio de Janeiro é de  1.6 kg por habitante. Essa quantidade de lixo é algo muito preocupante, pois com o consumo altamente influenciado através do  apelo publicitário diário a tendência é aumentar esse volume ano a ano. Isso só nos remete ao saturamento dos aterros sanitários e provável falta de áreas para instalação de novos aterros.
A preocupação com geração excessiva de lixo e a destinação correta deveria ser algo extremamente discutido e viabilizado iniciativas rápidas para a solução. A Política Nacional de resíduos sólidos caminha a passos de tartaruga, não por culpa deles, mas a burocracia é imensa e as verbas minúsculas.  É impressionante como ações de caráter urgente são deixadas de lado no Brasil e outros como atrativos para Jogos Olímpicos e Copas do mundo são vislumbradas como essenciais para o Brasil. Isso é passageiro, mas a produção e a não solução para o descarte correto do lixo é crescente, diária e não tem como brincar de estátua – Pare! Não fabrique mais lixo!
A questão do lixo urbano não tem sido pensada organizadamente, as medidas não estão sendo viabilizadas no mesmo crescimento populacional nem da própria geração do lixo.  Não estão sendo considerados em conjunto os diversos aspectos envolvidos desde a coleta do lixo até a destinação. Envolvendo neste caminho a reciclagem, o aproveitamento pela indústria de parte destes recursos na divisão do lixo em potencial reciclável, orgânico para aproveitamento na agricultura e demais fluidos pela indústria na geração de energia. E a arte disse é que realmente pode ser tudo isso reaproveitado.
Neste aspecto o lixo apresenta extraordinário valor e se assim fosse visto, o investimento que é inevitavelmente alto, mesmo se utilizando da tecnologia nacional que vem sendo pesquisada pelas Universidades viabilizando usinas de incineração, o retorno do investimento será garantido e rápido, pois o lixo é matéria prima gratuita quanto a produção e  ademais o seu volume é extraordinário.




15 de fevereiro de 2011

O Êxtase, a irresponsabilidade e os desastres



 Adriana Teixeira Simoni


Quando efetuamos uma compra por desejo ou por impulso logo vem o êxtase do consumo, você sente-se realizado momentaneamente com a aquisição, porém logo passa, abrindo espaço para outras experimentações, é bom ficar feliz se não aparecer nenhum sentimento de frustração caracterizando assim outros problemas.

A segunda fase do consumo é a irresponsabilidade , onde não há espaço para pensar sobre: - o porque comprei? - Para o quê na verdade eu comprei? O que eu faço com as embalagens? Onde descarto esse objeto que não funciona mais?

Hoje me deparei ao cruzar a calçada de uma agencia bancária com um rapaz na carona de um veiculo abrindo um pacote de presentes que descaradamente, amassou e jogou a embalagem pela janela do carro, praticamente aos meus pés. Já deve estar prestes a entrar na faculdade, se já não estiver...

Eu lhe pergunto leitor : - Qual o sentimento desse sujeito naquele momento? Eu diria que ele está absorvido pela êxtase da aquisição e já envolto da irresponsabilidade pois na primeira reação após a realização de seu desejo, joga a embalagem que não lhe serve e que precisa se desfazer não importando como pois, ela não lhe serve para nada mesmo.

Desta mesma forma encontramos exemplos espalhados pelas cidades em praças semi abandonadas, canteiros, calçadas, rios , córregos, barrancos , enfim..., onde podemos encontrar armários velhos, sofás, colchões , e esses objetos estão geralmente longe das residências dos antigos proprietários, para que eles não tenham mais que ver os seus lixos , seus objetos que não servem mais. CADÊ A EDUCAÇÃO?

Uma grande parcela da sociedade comete esse desatino com o LIXO, pois entende ser muito mais fácil descartar numa esquina, num lugar ermo qualquer , basta que fique longe de seus olhos.
Esse impropério ainda ocorre nos dias de hoje com a mesma freqüência com que a mesma sociedade se solidariza com catástrofes que acontecem por esse Brasil a fora e principalmente em épocas de chuva, sem falar o quanto é veiculado na televisão de que muitos desastres e enchentes são provocadas por descarte incorreto de lixos e entulhos, sem falar em desmatamentos.
Essa mesma sociedade por si só, é incapaz de se conscientizar a esse respeito e mudar seu modo de lidar com os seus lixos e com a natureza. Ela mesmo suja ela mesma sofre, seria masoquismo, burrice ou falta de educação para com o ambiente?

A sociedade é bombardeada pelo consumo desde o nascimento do capitalismo onde este apresenta um esquema arquitetado para que o consumo seja a roda da vida onde você para ser feliz tem que consumir não importando como , precisando ou não, podendo ou não .
O fato é que do consumo não tem como fugir mas tem como resolver o problema com o LIXO.

Existem muitas formas de aproveitamento do lixo e esse é um “recurso” disponível no mundo inteiro basta vontade de resolver o problema – Ah! Mas os investimentos são caros – E me diga uma coisa, sediar a Copa do Mundo também é investimento caro e no entanto...


Para que possamos mitigar e reduzir os danos causados pelo consumo é necessário um adequado tratamento e aproveitamento do lixo e demais resíduos pois, apenas 14 % da população tem serviço de coleta seletiva e além disso também é necessário que essa mesma população seja bombardeada de informações e capacitações sobre como destinar corretamente seu lixo já quando de sua entrada na escola e também para adultos através da mídia diariamente com exemplos de ações e informações.


Na minha cidade, existe um serviço de coleta de lâmpadas fluorescentes e pneus pela prefeitura, porém ninguém conhece esse serviço e joga no lixo comum e em aparas de jardim onde acabam poluindo aterros. FALTA de INFORMAÇÃO!


Portanto, a sociedade precisa ser incluída com seriedade e responsabilidade na questão dos resíduos sólidos, precisa ser amparada e preparada para ajudar efetivamente na destinação responsável do seu próprio lixo diário pois, só assim alcançaremos uma sustentabilidade eficaz, que nos libertará de desastres provocados pelo estresse da natureza oriundo de seu exaustivo uso e descaso com sua saúde.

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